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Mostrando postagens de 2018

We are our homes

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Você, eu, nossos dedos e almas entrelaçados e o mar a nossa frente. Pela primeira vez tomávamos consciência da eternidade do infinito e de como éramos frágeis e pequenos diante da imensidão do amor que sentíamos um pelo outro. Pouco a pouco nos perdemos, afastados pelos anos, séculos e milênios que se seguiram. Ficou o amor, o cheiro, o momento. Até breve, meu amor.

Toto, I've got a feeling we're not in Kansas anymore

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E com isso um mundo novo de possibilidades se apresentou aos pés dela. Cores, sons, texturas, sabores e muitos amores. Aqui há um pouco de todas as coisas: risos, leveza, sono bom, prosperidade e muito trabalho. Muito mesmo, mas tudo bem, porque fazemos aquilo em que acreditamos. O mundo ao toque de seus dedos, orquestrado por seus movimentos tortos, pelos desvios que nos ensinaram o que era preciso aprender pelo caminho. Uma vitória mesmo que tardia, um começo para novas experiências e lições. Cá estamos, aproveitemos a viagem e sigamos em frente. Me sinto ótima.

A gota d'água

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Era preciso retirar o coração de campo. Estava derrotado, sozinho e no lugar errado. Ela não sabia viver de outro jeito, tudo era intenso, vivia por completo, exauria as possibilidades e seguia em frente. Era chegado o momento. Tentou e perdeu, como já havia acontecido tantas vezes. Sem dramas, apenas havia descoberto mais um caminho que não daria certo. Estava acostumada a recomeçar. Já não havendo mais nada de si que reconhecesse ali, levantou e foi embora.

Closing time

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Estou novamente em frente a porta, prestes a abri-la. Apenas ela e minha falta de coragem separam meu corpo exausto de seu fabuloso destino. Do lado de cá deixo o que já não me cabe mais: velhos pensamentos, manias, mágoas e fantasmas. Dolorosas lembranças de minha mente atribulada. Dispo-me do cansaço, das lágrimas, dos incontáveis fracassos, das tentativas desesperadas de atender expectativas impossíveis, dos julgamentos e dos insultos. Ficam também quem já não me ama mais e todo o desamor e baixa estima que cultivamos. A lucidez é tardia e brutal, porém torna tudo claro e bem contornado. Em um gesto extremo de amor,  fecho os olhos, giro a maçaneta e a porta se abre. Tudo é luz.

O céu ainda é azul, você sabe

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O primeiro beijo de Brandon e Amélie aconteceu durante uma briga. Discutiam por um motivo que me escapa. Ciúmes? Não, não era isso. Frustração? Também não. Talvez algo que ainda não tinha nome mas que já era suficientemente grande para desencadear uma briga sem razão aparente. Estavam aos berros. Um misto de medo e atração subia pela espinha dela. Estava fascinada pelas palavras afiadas e bem colocadas de Brandon. Seus olhos castanhos estavam mais escuros que o normal e os doces traços de seu rosto duros e soturnos. Ele, que por raras vezes não era o dono da situação, olhava para ela incrédulo, sem ouvir seus argumentos por sequer um segundo. Como poderiam ter chegado a este ponto? Queria fugir, voltar para a segurança de sua vida pré-Amélie. Aproximou-se da porta, mas fora vencido. Já estava embriagado pela mulher de cabelos coloridos e olhos de ressaca. Puxou-a contra seu corpo e beijou-a apaixonadamente.

Boomerang Blues

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Amélie sofreu por Brandon durante 48 horas, depois se distraiu com uma borboleta que estava passando. Sofreu dramática e ininterruptamente, mais por não poder se jogar a seus pés e fazer uma cena, do que pelo fato em si. Era a ausência de passionalidade que incomodava Amélie. Vê-lo com outra foi como uma facada em seu coração. Como foi capaz de tamanha ousadia? Como podia estar ali diante dela fingindo felicidade? Queria arranhar seu rosto e tomar seu corpo, mas não podia. Ele não pertencia a ela. Ao invés disso sorriu, de um modo psicopata, e os cumprimentou. Depois bebeu noite a dentro na companhia de Eleodora. Ele já a amava mas não sabia, ela já não sabia mais o que era amar.

A menina dança

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E se você fecha o olho a menina dança, dentro da menina ainda dança. Até o sol raiar...